Duas canções, dois belos poemas que me acompanham desde a infância ...
Parte da minha herança cultural, entre tantas... na memória, no coração... com muita emoção!
Somos livres (uma gaivota voava voava)
"Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquistado pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás."
(Ermelinda Duarte)
Canta Amigo Canta
"Canta canta amigo canta
vem cantar a nossa canção
tu sozinho não és nada
juntos temos o mundo na mão
Erguer a voz e cantar
é força de quem é novo
viver sempre a esperar
fraqueza de quem é povo
Viver em casa de tábuas
à espera dum novo dia
enquanto a terra engole
a tua antiga alegria
Canta canta amigo canta...
O teu corpo é um barco
que não tem leme nem velas
a tua vida é uma casa
sem portas e sem janelas
Não vás ao sabor do vento
aprende a canção da esperança
vem semear tempestades
se queres colher a bonança"
(António Macedo)
1 comentário:
dizem os editores que a Gaivota ainda não foi ultrapassada em termos de vendas; Relativa/ ao "canta, canta, amigo canta...." não posso deixar de dizer que me provoca sempre uma enorme emoção...
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